As pequenas e médias empresas (PME) da periferia da zona euro, incluindo as portuguesas, pagam o triplo das taxas de juro cobradas em empréstimos bancários, comparativamente às PME alemãs, de acordo com um novo relatório sobre as condições de crédito na Zona Euro.
Segundo o Negócios online, que por sua vez reproduz parte de um artigo publicado pelo Financial Times baseada num relatório especializado, a subida do custo dos empréstimos e as maiores restrições na concessão de crédito – legados da crise financeira e da repressão regulamentar sobre o capital dos bancos – estão a deixar “famintas” as PME, de acordo com o documento do Instituto de Finanças Internacionais (a maior associação de bancos do mundo) e da consultora Bain & Co.
“As PME na Europa estão famintas do crédito necessário para alimentar a criação de emprego e o crescimento económico”, diz John Ott, sócio sénior da Bain, citado pelo FT.
As pequenas e médias empresas da Europa são responsáveis por dois terços do emprego em toda a região. De acordo com o relatório, as pequenas empresas da Irlanda, Itália, Espanha e Portugal «estão a pagar juros quatro a seis pontos percentuais mais elevados pelos empréstimos bancários do que as congéneres alemãs», nota a fonte.
O diferencial «é assim muito mais elevado do que sugerem os dados do Banco Central Europeu (BCE)», observa ainda o jornal explicando que os últimos dados do BCE mostram que os países periféricos do euro pagam entre 1,5 e 2,5 pontos percentuais (150 a 250 pontos base) a mais do que os 3% da média alemã para empréstimos inferiores a um milhão de euros.
Segundo o Negócios, o relatório que será publicado à margem da cimeira do Fundo Monetário Internacional, na sexta-feira, mostra ainda que o novo crédito bancário às PME em toda a periferia do euro caiu para metade nos últimos cinco anos. O caso mais grave é o irlandês, onde o crédito bancário caiu 82%.
Fonte: Dinheiro Digital